Loose notes

By. Jacky Supit

Rali Vinho Madeira - 2º dia

By Marcelo Abreu

O meu dia começou pelas 8h da manhã, acordei vesti-me a correr, fui buscar a minha namorada e a irmã dela, e lá fomos em direcção ao Caminho dos Pretos, a catedral dos ralis na madeira.

Lá chegados, estacionei e desloquei-me a pé durante uns 15min onde tomaria o atalho de costume até a curva desejada. Para meu espanto desta vez encontrei um portão fechado a cadeado, não nos deixando outra alternativa que nao fosse saltá-lo, e assim foi. Eu primeiro, já do outro lado ia ajudando da forma possivel as minhas companheiras, quando uma delas já em cima do portão, e ouve-se uma voz que nos dizia em inglês "não saltem, não saltem, senão eu solto o cão", primeiro apanhei aquele "flash" depois olhei para o cão que media no máximo uns 50cm de comprimento e uns 30cm de altura e pensei para mim, solta solta que já vais ver o cão comer uma biqueira que até choras", mas controlando o meu instinto violento lá entramos em convesação com a inglesa, que alguns minutos depois desceu com o intuito de nos abrir a porta, para que regressase-mos para trás. Perdido este tempo precioso, já não me desloquei a curva, e fiquei mesmo abaixo da meta, onde os pilotos cortam a mesma a puxar 6ª velocidade para depois travar para uma "esquerda 2" já fora de troço. Valeu bem o cagaço que apanhei do Skoda Fabia S2000 que após os 21km de troço cronometrado os travões acusaram fadiga e após a meta travou mas o carro descontrolou indo de um lado para o outro e levando-me a gritar "cuidado que o sacana não tem travões". Foi um início de rali atribulado mas bem disposto..





Não esperando pelo fim da 3ª classificativa, pusemo-nos em andamento para o Santo da Serra, a fim de ver uma das curvas mais espectaculares deste rali, a curva do Hotel Do Santo, nada mais que uma curva que perfaz quase 90 graus, e onde os pilotos chegam em 6ª a fundo queimando depois travagem para conseguir curvar. Uma vez lá chegados mais uma vez estacionei e pus-me a caminho, encontrei centenas de pessoas que precaveram-se e já lá estavam desde cedo, até que entrei por um centro de saúde e por cima de plantas e árvores lá arranjei um bom spot para ver a dita curva. Mais uma vez não me livrei de uns belos sustos, por exemplo quando o Ricardo Teodósio decidiu puxar o travão de mão do seu Mitsubishi Evolution 9 e a traseira do carro alargou demasiado a trajectória, levando uma senhora que estava mesmo ao meu lado, sentada num pilar de um portão a gritar "ai ai ai". Lá ele se safou e depois ouviram-se piadas dirigidas a um fotografo que se encontrava em frente a esse portão do tipo "tens seguro de vida não tens?", pela cara dele não tinha mesmo mas também não arredou pé! Foi uma classificativa espectacular e de muita emoção.


No final do dia dirigi-me ao parque de assistências para ver as operacões efectuadas aos bólides, tirei algumas fotos, vi de perto as caras de cansaço dos pilotos, pois o dia tinha sido de calor estremo por uma vez ao entrar no carro o termómetro marcou 40 graus, e ainda confraternizei com amigos da organização. Ainda houve tempo para à saida dos carros para o parque fechado angariar alguns autógrafos, e ouvir coisas interessantes dos pilotos, como o Hermano Couto que confidenciou que "está bastante calor mas também preciso perder uns quilitos", ou o Rui Madeira que ao lhe dizermos que tinha a camisola do avesso nos disse que "é para dar sorte, sou superticioso", entre outras tantas que ficam para um dia mais tarde.


Posto isto havia sido um dia muito cansativo onde percorri quase 200 quilómetros contra o cronómetro, neste caso o meu, sempre a esticar pois o tempo também era escasso. Mas no final havia motivos parra sorrir, pelo menos no meu caso, o Basso havia dominado a concorrência, tinha ganho 8 das 13 especiais já disputadas. Basso levava então 16s sobre Bruno Magalhães então segundo classificado, e 29,4 sobre Alexandre Camacho que seguia num excelente 3º lugar.